sexta-feira, 23 de março de 2012

Sabedoria sem esforço

Onde encontrar a sabedoria? A pergunta feita pelo crítico Harold Bloom é pertinente porque as pessoas cada vez mais precisam saber menos um assunto do que onde está esta assunto. Então onde a gente pode achar sabedoria de forma rápida e sem esforço? Com o mundo em aceleração crescente, não há local melhor para achar sabedoria que o aforismo.

O livro O Mundo em uma Frase, do pesquisador James Geary, lançado no Brasil pela editora Objetiva, propõe “uma breve história do aforismo”. Aforismo é aquela frase curta e precisa que parece iluminar o entendimento com uma estocada filosófica certeira. Ou, como define Geary, os aforismos são como acelereadores de partículas para  a mente.

O bom aforismo deve seguir cinco leis, segundo o filósofo Stuart Mill: Deve ser breve; Deve ser definitivo; Deve ser pessoal;  Deve conter uma guinada, uma virada; E, por fim, a  quinta lei: o aforismo deve ser filosófico. Observadas essas regras, o resultado só pode surtir bom efeito. O exemplo é este aforismo do poeta francês Chateaubriand: “Um escritor original não é aquele que não imita ninguém, mas aquele que ninguém consegue imitar”. Ou este do polonês Stanislaw Jerzi Lec: “Otimistas e pessimistas divergem somente sobre a data do fim do mundo”.

O aforismo ministra sabedoria em pílulas. E talvez a sabedoria instantânea seja nossa única saída viável no momento. Se é verdadeiro o aforismo de Buda, de que somos o que pensamos, o que podemos ser agora, que nada conseguimos pensar? Se Buda está certo, somos tudo menos pensadores.


LAGiron

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